A análise de riscos ambientais está relacionada à avaliação preliminar de uma possibilidade de ocorrência de um acidente e sua consequência no âmbito social, econômico e ambiental para o país.
Em outras palavras, trata-se da identificação de situações de risco em qualquer empreendimento em funcionamento e as consequências ao meio ambiente, à comunidade, ao próprio empreendimento e aos seus funcionários.
Pode-se compreender como riscos ambientais os elementos ou substancias que estão presentes em diversos ambientes e que ultrapassam os limites que o indivíduo consegue tolerar sem que ocasione danos à sua saúde.
Destacam-se cinco riscos ambientais, são eles:
Riscos físicos: quando os trabalhadores ficam expostos a ruídos, vibrações constantes, altíssimas e extremas temperaturas, radiações, entre outros;
Riscos químicos: substâncias, compostos ou produtos, como, por exemplo, poeira, fumo, gases ou vapores as quais o indivíduo está exposto e corre o risco de absorver ou pela pele ou ingerindo-o, causando danos à saúde;
Riscos biológicos: danos à saúde do trabalhador provenientes da ação de bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, ou qualquer tipo de vírus;
Riscos acidentes: máquinas e equipamentos usados sem que o funcionário tenha a devida proteção, uso de ferramentas inadequadas e também lugares que possam oferecer riscos de incêndio ou explosão.
Riscos ergonômicos: esforço físico intenso, como levantamento e transporte manual de peso, até mesmo trabalhar em carga horária noturna pode provocar riscos, bem como longas jornadas de trabalho, entre outros.
Qual é o objetivo da análise de risco ambiental?
A importância da análise de riscos ambientais tornou-se tão fundamental quanto à preservação da vida, uma vez que a existência dos seres humanos na biosfera está determinada pelos seus atos junto ao meio ambiente.
O objetivo da análise do risco ambiental é criar um conjunto de medidas que permite a redução das possibilidades de desastres ou acidentes, como também a criação de alguns pontos básicos, para que o plano seja efetiva e corretamente executado.
É preciso também ter como objetivo os seguintes pontos:
- fazer a avaliação dos riscos presentes no local de trabalho;
- fazer sempre a verificação de procedimentos quanto à segurança do trabalhador;
- fazer a análise e corrigir possíveis acidentes no local de trabalho.
A importância de um projeto de Avaliação de Risco
A necessidade do desenvolvimento de um projeto de Avaliação de Risco para uma área contaminada relaciona-se fundamentalmente aos seguintes aspectos:
- Proteção à saúde humana
- Determinação do nível de remediação ambiental necessário
- Estabelecimento de metas de remediação
- Determinação da viabilidade técnica da remediação
- Determinação dos benefícios associados ao processo de remediação
- Priorização de áreas contaminadas
- Priorização de alocação de recursos
- Gerenciamento ambiental integrado
Como funciona a análise de risco ambiental?
O processo tradicional de Avaliação de Risco à Saúde Humana em Áreas Contaminadas pode ser dividido, segundo EPA (1989), nas seguintes etapas de trabalho:
- Aquisição e Avaliação de Dados
- Avaliação de Exposição
- Análise de Toxicidade
- Caracterização do Risco
Aquisição e Avaliação de Dados
Envolvem o levantamento e análise dos dados relevantes para a Avaliação de Risco à saúde humana e a identificação das substâncias presentes na área, que serão indicadoras no processo.
A identificação dos contaminantes presentes em determinada área de sua distribuição espacial, concentração e comportamento no meio físico visa permitir o estabelecimento dos compostos químicos indicadores, que serão:
- Os mais tóxicos, persistentes e móveis.
- Aqueles com maior distribuição espacial e concentração
- Os envolvidos em cenários de exposição mais significativos
Avaliação de Exposição
É uma estimativa da intensidade, freqüência, duração e caminhos da exposição humana, atual ou futura, a determinado composto químico. Tal estimativa é fundamentada nos dados de monitoramento ambiental e resultados da previsão da movimentação e atenuação dos contaminantes por meio de modelagem matemática.
A avaliação é desenvolvida prevendo-se os usos atuais e futuros da área em estudo, sendo necessário que:
- Sejam entendidos os mecanismos de vazamento e transporte do contaminante no meio físico;
- Sejam identificadas as populações expostas;
- Sejam identificados todos os caminhos potenciais de exposição;
- Sejam estimadas as concentrações nos pontos de exposição, para cada caminho específico.
A avaliação das informações obtidas nas etapas descritas acima permite elaborar os cenários de exposição onde são identificadas as várias possibilidades para que o contaminante, a partir da origem da contaminação, atinja as populações potencialmente receptoras. Os resultados da avaliação da exposição são os valores de ingresso dos compostos indicadores para cada caminho de exposição específico (atual ou futuro).
Análise de Toxicidade
Define a toxicidade específica para cada composto químico indicador, considerando-se os efeitos adversos à saúde relacionados à exposição ao composto. Para tanto, é necessário avaliar a relação entre a magnitude da exposição, o tipo de efeito adverso e a possibilidade de um determinado composto gerar câncer no indivíduo ao longo da exposição.
Nesta etapa, os bancos de dados toxicológicos servem como fonte de informações sobre a toxicologia e os efeitos adversos à saúde dos compostos indicadores. A análise da toxicidade pode ser dividida em duas atividades principais:
- Identificação dos efeitos adversos – determinação do tipo e magnitude do efeito adverso à saúde que é causado pela exposição a um agente tóxico específico;
- Determinação da dose-resposta – processo de avaliação quantitativa da toxicidade, relacionando-se a dose do contaminante que foi administrada com a incidência de efeitos adversos à saúde em uma dada população exposta.
Caracterização do Risco
Integra todos os dados obtidos nas etapas anteriores, tendo como objetivo quantificar o risco. Neste momento, as concentrações do contaminante medidas nos pontos de exposição e as concentrações teóricas estimadas por meio de modelos de transporte de massa são comparadas com os dados toxicológicos específicos do composto de interesse. Essa comparação serve para determinar se os níveis de contaminação atuais ou futuros da área podem gerar algum efeito adverso à saúde humana, segundo os padrões toxicológicos utilizados.
É certo que a análise de riscos ambientais é um resultado que se alcança em longo prazo, mas fundamental para equilíbrio do meio com o homem e, consequentemente, atenua o processo de degradação da natureza.